Entrevista – Restart conta como mantém seu relacionamento com os fãs
Se você não foi um dos 2 milhões que acessaram a página da banda em 2009, você certamente conheceu Restart em 2010 pelo assédio dos fãs
Formada no segundo semestre de 2008 por quatro garotos com menos de 18 anos, Restart se projetou mais do que muito artista grande. Cada integrante do grupo tem um perfil com mais de 100 mil seguidores no Twitter e só o clipe de estreia, “Recomeçar”, ultrapassa cinco milhões de views no Youtube.
Alheio ao método de divulgação tradicional das gravadoras, o grupo conquistou fãs pra lá de fiéis apenas com o uso de redes sociais virtuais. Dignos de uma torcida de time de futebol, os fãs auto se intitulam de Família Restart; acompanham a banda religiosamente em apresentações e defendem seus ídolos com unhas e dentes.
Recentemente, uma livraria cancelou a sessão de autógrafos com a banda horas antes do evento por motivos de segurança (3 mil pessoas faziam fila para o lugar que tinha limite de lotação 250 pessoas) e Restart ganhou mídia espontânea nos principais meios de comunicação graças a um vídeo com depoimentos de fãs indignados. O vídeo tornou-se viral no mesmo dia e expressões como “vou xingar muito no Twitter” e “puta falta de sacanagem” caíram no gosto de internautas.
E você acha que o grupo ignorou esse incidente? Claro que não, jamais deixariam fãs chateados! Compuseram “Pra Você Lembrar”, um pedido de tolerância e desculpas a quem estava naquela tarde de 28 de abril na livraria.
Pedro Lucas, guitarrista e vocalista, ou apenas “Pelu” para a Família Restart, conversou com o TBRNR para contar mais dessa relação com os fãs.
TBRNR – Como fidelizam fãs?
Pelu – O que faz os nossos fãs estarem sempre com a gente é esse contato intenso e próximo que a gente procura ter sempre, seja pessoalmente, por Twitter, Orkut. Os fãs são a parte mais importante de tudo isso, e é sempre bom lembrá-los disso! Por sinal, OBRIGADO FAMÍLIA RESTART! (risos).
TBRNR – Todos os membros da banda já usavam o Twitter ou houve necessidade de se criar os perfis para manter o relacionamento da banda com o público? Isso acaba com aquela imagem de rock star inatingível?
Pelu – Nós criamos o Twitter logo que começamos com a RESTART, exatamente pra manter um contato ainda mais próximo com a galera e poder saber também em tempo real o que eles estavam pensando das coisas que a gente faz!
Acho que essa imagem de inatingível não tem nada a ver, não faz sentido você ficar longe das pessoas que apoiam e fazem teu sonho acontecer. Amamos nossos fãs e sempre que pudermos vamos estar mais próximos deles.
TBRNR – Como vocês lidam com os fãs indignados ou que mandam mensagens desagradáveis pelo Twitter?
Pelu – Acho que quando você gosta muito de algo você a tende a se chatear às vezes também. Seja de saudades, ciúmes. Então acho que é nosso papel tentar entender o que esta acontecendo e resolver se possível. Muitas vezes um abraço, um beijo, um “olá” faz toda diferença.
TBRNR – Vocês acham que o assédio dos fãs na internet é semelhante ao assédio que os artistas recebem nas ruas? Acontece um pouco da perda de privacidade online?
Pelu – Acho que a partir do momento que você cria uma conta no Twitter, Orkut, Facebook ou qualquer outro meio de comunicação social você esta autorizando as pessoas a acompanharem sua vida. Seria meio hipócrita reclamar, até porque sem esses meios não teríamos conquistado tantas coisas como conquistamos.
TBRNR – Qual é o ponto em que a banda percebe que precisa deixar essa comunicação com os fãs na mão de outras pessoas? Vocês dão conta de responder a todas as mensagens enviadas? Alguém faz isso por vocês?
Pelu – Acho que esse ponto não existe. Se o canal é teu, acho essencial que você responda. Nunca deixamos nada nas mãos de outras pessoas, quando temos tempo respondemos, quando não temos avisamos a galera e fica tudo bem. A sinceridade é a base de qualquer relação.